Setembro Amarelo | O papel da igreja na prevenção ao suicídio
Desde 2014 no Brasil, a campanha Setembro Amarelo promove anualmente ações para trazer mais informação e conscientização às pessoas, realizando eventos que acontecem em todo o país. Atualmente, essa é considerada a maior campanha anti-estigma do mundo.
Para além do mês de setembro, a pauta da saúde mental é um tema que precisa ser abordado o ano todo, inclusive, e talvez especialmente, dentro do ambiente religioso.
Segundo uma pesquisa recente do Instituto Lifeway Research, 54% dos pastores revelaram conhecer pelo menos um membro da igreja que foi diagnosticado com alguma doença mental grave, como depressão, transtorno bipolar ou esquizofrenia.
Outro dado preocupante é que cerca de 26% desses pastores já sofreram com algum tipo de transtorno ou enfrentaram dificuldades em sua saúde mental.
Um segundo estudo, realizado pelas universidades de Queensland, na Austrália, e de Harvard, nos EUA, mostrou que uma a cada duas pessoas desenvolverá ao menos um distúrbio de saúde mental ao longo da vida.
A pesquisa, publicada pelo periódico The Lancet Psychiatry, revelou que os picos de início dos sintomas acontecem aos 15 anos, com média de desenvolvimento dos distúrbios por volta dos 19 anos para os homens e dos 20 para as mulheres.
Por trás destes dados, existem milhares de pessoas dentro das congregações buscando apoio emocional e espiritual em um momento delicado da vida.
Qual o papel da igreja?
A igreja sempre foi considerada um lugar de cura e de conforto nos momentos de dificuldade, tendo um papel fundamental no apoio emocional dos membros, afinal de contas, a caminhada de fé das pessoas inclui muitos desafios que nem sempre estão ligados a fatores espirituais.
Pastores e líderes precisam estar atentos e preparados para proporcionar um ambiente acolhedor e que cuida das pessoas da melhor maneira, desenvolvendo ações que alcancem membros e a comunidade, a fim de promover uma igreja mentalmente e espiritualmente saudável.
O espaço religioso pode e deve ser um lugar aberto ao diálogo e livre de julgamentos, conscientizando, sempre que possível, a respeito da importância do cuidado com o corpo, alma e espírito (1 Tes 5:23).
Setembro Amarelo na igreja
A sua igreja também pode se preparar para promover ações de combate e prevenção ao suicídio, não somente no mês oficial da campanha, mas durante o ano todo.
É possível incluir o tema ‘saúde mental’ nos sermões durante o culto e nos encontros de célula. Essa é uma maneira de possibilitar que os membros se sintam mais abertos a compartilhar sobre suas próprias experiências e busquem ajuda na liderança.
Você também pode:
- Organizar palestras sobre saúde mental, abordando estresse, ansiedade, depressão, e como lidar com essas questões à luz da fé
- Convidar membros que já enfrentaram problemas como estes para dar o testemunho e incentivar a busca por ajuda
- Montar grupos de apoio e designar líderes específicos para realizar um acompanhamento individual
- Compartilhar nas redes sociais e distribuir na igreja materiais informativos sobre saúde mental e canais de ajuda especializada
- Reservar um momento durante o culto ou promover relógios de oração
- Promover eventos em torno da temática, como a exibição de filmes ou a promoção de conversas entre lideranças e membresia
- Convidar membros da sua igreja que sejam da área de saúde mental para realizarem atividades com grupos e levarem informações importantes
Lembrando sempre que é importante abordar esses temas com empatia, respeito e sensibilidade, criando um espaço seguro para que as pessoas possam compartilhar suas experiências e buscar ajuda se necessário.
Com o apoio da igreja e o tratamento adequado, os membros que sofrem com algum tipo de transtorno têm mais qualidade de vida e bem-estar, e uma caminhada de fé mais estável.
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